Hoje volto um pouco ao tema. O primeiro figurino que me chamou a atenção nesse Festival é de Beth Filipecki. Na verdade, enquanto filme, eu esperava mais de A hora e a vez de Augusto Matraga porque tem João Miguel e José Wilker, isso já devia bastar. Acho que esses dois são tão "monstros" que minhas expectativas ficaram lá em cima... É um clima bem sertão com jagunços, coronéis e esses heróis estilo velho-oeste que são solitários e cheios de inimigos, mas enfrentam um bando todo sozinhos. Esse é João Miguel, ou Augusto Estêves. A imagem eterna que tenho do José Wilker é o coronel, austero, de branco; não deu outra, o visual de Joãozinho Bem-Bem é exatamente isso (o personagem é uma espécie de justiceiro por linhas bastante tortuosas).
Não consegui fotos dessa refilmagem, o tio Google só me mostra fotos do primeiro filme, lá dos anos 1960... Mas é o seguinte: algodões bem rústicos, um branco sujo meio off-white, rendas para as mulheres. Alguns terras marrons, ocres, cinzas e azuis-marinho sofridos com o tempo. Augusto, enquanto homem forte e valente, usa o clássico branco-coronel mais puxado pro envelhecido, amarelado. Depois de levar uma coça e quase morrer, passa anos sendo cuidado por um casal que o achou no meio do mato. A maquiagem (prefiro o termo caracterização) do João inchado, cheio de cortes, ensanguentado é de um realismo incrível. E o interessante é que, depois de sobreviver e virar um homem religioso, ele começa a usar roupas escuras. Calça enrolada no tornozelo, tipo pescador. Uma roupa toda mais despojada.
As lendas
Além de Wilker, o filme traz outra lenda-viva: Chico Anysio. Um coronel que manda numa enorme turma de jagunços e arquiteta emboscadas e assassinatos sem sujar uma unha. Acompanha tudo do conforto do seu lar, nem até a varanda ele vai. Seu figurino é muito forte, bem contrastado no preto e branco. Mas preto e branco limpos, não os tons "vividos" que o povo usa. E Joãozinho, já disse ali em cima, essa coisa bem coronel (apesar do personagem ser uma espécie de cangaceiro chique) de branco-limpo também, com aquela postura de José Wilker, o invencível. Um lorde (meio Timóteo Cabral, de Cordel Encantado).
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Hoje vi também o documentário Os Últimos Cangaceiros e achei interessante e digno de comentar que o figurino deles enquanto cangaceiros não era o que costumamos ver, em tons de terra (como o bando de Herculano em Cordel, com marrons, beges, ocres e brancos-sujos). Imagino que a reconstituição tenha sido bastante fiel, porque Durvalina e Moreno fizeram parte do bando de Lampeão. As roupas que usavam no filme era de um azul fortíssimo, quase turquesa, e faixas vermelhas. Muito lúdico, muito lindo.
#Mágica - Os Mutantes
2 comments:
aaai amo joão miguel!!! josé wilker nem tanto, só como Roque, haha. mas fiquei com vontade de ver esse filme. sabe onde tá passando?
Devia estar indo com vc a todos esses filmes!vou correr atrás, já come ssas dicas duca.
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