O figurino desse filme não é o que mais impressiona. Sob uma estética kitsch, o diretor Marcelo Laffitte entra no universo gay de Copacabana com uma visão que me parece inédita. Filme sobre a comunidade LGBT (me corrijam se eu estiver errada, e tomara que esteja) geralmente traz uma estética meio suja, meio submundo. Elvis & Madona* mostra, de forma limpa, simples e bonita, a história de amor entre uma lésbica e um travesti.
Elvis é Elvira, uma menina do interior que veio para o Rio ser fotógrafa. Para o Rio, para Copacabana. Madona nasceu Adailton, sonha em fazer um show só dela e trabalha num salão de cabeleireiros no Rio. No Rio só não, em Copacabana. Elvis arranja um trabalho de entregadora de pizza, para pagar as contas, e na sua primeira entrega conhece Madona que tinha acabado de ser roubada. A empatia é imediata e o resto só vai saber quem assistir! Há.
Jaqueta preta, calça jeans e uma blusinha de malha com cara velha compõe o figurino de Elvis. O cabelo joãozinho preto completa o clássico look rebelde do rock'n'roll (aliás, falando em Rock, quando o Rock in Rio acabar quero falar sobre as principais figuras que por aqui passaram, e seus figurinos). Ao contrário do imaginário cultural que envolve os travestis, Madona não está sempre com plumas e paetês. O cabelo loiríssimo é, na maioria das cenas, o mais extravagante traço dela. As pérolas, lantejoulas e saias curtas estão na medida certa: real e um pouco brega, mas não vulgar.
Senhoras e senhores,
Apresentamos agora para vocês, ela - que é luz, raio, estrela e luar:
Lady Madona!
Igor Cotrim, que está irreconhecível na pele da travesti Madona.
Ele até que lembra um pouco o Fábio Assunção, não?

Madona e Elvis

* o link é para o site oficial do filme e não para o imdb (como de costume) porque o imdb é muito fraco para filmes nacionais.