A artista plástica Daisy Xavier brincou com as forças - e com a física - nesse trabalho, intitulado O Último Azul, com suas esculturas de móveis antigos desconstruídos e objetos de vidro azul, num equilíbrio tão perfeito que dá medo. É muito bonito de ver, os móveis e os vidros são estéticamente agradáveis, mas confesso que prendi a respiração em alguns momentos.
A exposição fica até 5 de fevereiro no MAM do Rio de Janeiro.
Era briluz. As lesmolisas touvam roldavam e reviam nos gramilvos. Estavam mimsicais as pintalouvas e os momirratos davam grilvos. Me peguei numa fase Lewis Carroll e resolvi falar logo da versão Burtoniana de Alice. Eu já gosto da estética sombria fantasiosa do Tim Burton, acho incrível tudo que Colleen Atwood faz e tenho um pé lá no Mundo das Maravilhas, então a parcialidade é zero - mas tudo bem, larguei o jornalismo em tempo!
A fábula foi modernizada nessa adaptação que junta as duas histórias: Alice no País das Maravilhas e Alice através do Espelho, que é uma continuação da primeira (e mais conhecida). Muita gente viu o filme esperando uma versão com atores do eterno desenho da Disney, mas não é isso. O roteiro é outro - a animação conta somente a primeira parte - e a proposta não é um filme infantil. Aliás, tiro meu chapéu para quem fez a adaptação da Disney, que conseguiu manter toda a psicodelia e segundas interpretações e as criancinhas não crescem pertubadas... tenho pra mim que o Tim Burton pretendia fazer algo mais subjetivo ainda.
Alice da Disney. Fofo.
Croqui da Rainha Vermelha, quase chorei de felicidade quando achei fotos dessa exposição.
Ela conseguiu criar figurinos originais, modernos e fashion sem fugir do formato e cores básicos da história... e ganhou o Oscar mais que merecido por esse figurino.
Aliás, acho que foi a figurinista mais indicada ao Oscar... ela é tipo a Meryl Streep das roupas.
Chapeleiro Maluco, que além de ser o Johnny Depp usava essa roupa incrível.
Sem mais.
Croquis da Alice.
O primeiro é uma das muitas (sete, eu acho) versões que ela usa no País das Maravilhas - cada vez que ela muda de tamanho, ela muda de vestido.
O segundo é a versão do "mundo real", que é a Inglaterra Vitoriana.
Algumas roupitas da Alice em uma só sequência!
#The only living boy in New York - Simon and Garfunkel
é uma banda de Chicago com uma batida bem legal, mas o forte deles eu diria que são os clipes, mais que própria música. E o que chama atenção nos clipes não é o figurino, mas as ideias geniais que conseguem transformar uma simples obra audiovisual num espetáculo artístico absolutamente inovador. Esse é um post que requer tempo, se quiserem entender o que estou falado. Ao contrário de algumas produções, que eu posso colocar fotos ou prints de videos, o interessante deles é a imagem em movimento.
Uma coisa que pode ser dita do conjunto de obras é a preocupação com direção de arte. E a relação entre as cores, na maioria das vezes dinâmica e certamente muito pensada. Me sinto uma gotinha d'água diante do Oceano, tentando falar deles... vale mais a pena arrumar tempo e assistir os clipes. Todos.
This too shall pass.
Separei um making of e o clipe oficial, porque a genialidade disso merece um video a mais.
Nesse eles usam um equipamento (?) que se chama Rube Goldberg Machine(que é, em linhas bem gerais, um aparato que realiza qualquer ação fácil - como jogar uma bola e acertar uma porta, por exemplo - a partir de um mecanismo extremamente complexo).
Do what you want.
Esse eu descobri hoje... alguém mais lembrou de Garden State?
Here ir goes again.
Me lembro desse clipe quando foi lançado, em 2005.
Eu e umas amigas ouvindo a música e "imitando" a coreografia em todas as festas/sociais...
decadence sans elegance!
A million ways (oh darling, you're a million ways to be cruel).
Segundo clipe que conheci, gosto dessa estética "homens bem vestidos dançando uma coreografia aleatória num jardim" hahaha.
Invincible.
Ok, esse entra pela beleza estética - que é, de certa forma, sublime.
Essas coisas todas sendo destruídas formam uma linda imagem, não?
Pulp Fiction. Essas duas palavrinhas já têm vida própria, esse filme conseguiu uma sobrevida pop-cult-alternativo que acho que o Tarantino não imaginava. Me lembro de ler o roteiro - um livro que foi lançado depois do filme (claro) que traz, de fato, o roteiro - na oitava série no recreio da escola. Os professores achavam estranho aquele projeto de gente lendo um texto cheio de Fuck, fuck, Motherfucking shit fuck e outras cenas mais de tanta violência. O cara da locadora não quis me deixar levar o filme, tive que ligar para o meu pai autorizar. Hoje sou mais uma dessas fãs que faz desse filme o "evento" que ele se tornou.
Sobre o figurino eu não tenho muito o que falar não. Me agrada a estética Tarantínica (ou seria Tarantinesca, Tarantiniana?) em geral. Essa coisa que remete ao film noir misturado misturado com uma atualidade pop, acho o cara gênio mesmo. A madrugada me emburreceu, não estou conseguindo muito falar melhor. Bom, uma coisa que eu gosto muito nesse filme é ser a volta do John Travolta (ha-ha) e trazer o personagem mais marcante da loira Uma Thurman - por nove anos, até Quentin lançar Kill Bill - com um cabelo chanel preto. Quebrando os padrões.
Travolta e Samuel L. Jackson
cartaz
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A dupla - genial - de diretores 300ml, que eu tenho o maior orgulho de dizer que conheço, fez esse curta maravilhoso que analisa os personagens e interatividade dos filmes do cara. Tarantino's Mind traz Selton Mello e Seu Jorge numa conversa de bar desvendando o código por trás das histórias. Vale super dar uma conferida, são 11 minutos.
#Qualquer coisa bom-brega. TV ligada, passando Roque Santeiro.
Esse não é o tema de hoje não, é simplesmente um fato que constatei. Estou há pelo menos 30min tentando passar umas fotos (que eu quero postar aqui) e ele finge que não é com ele... temperamental, sabe como é?
Enfim, vim falar do fim de semana. Sexta-feira teve lançamento da coleção nova da Luiza Marcier, da À Colecionadora, com happy hour. Quem conhece alguma coisa do trabalho dela sabe que não precisa de explicações: o forte, ao meu ver, é a modelagem sensacional que deixa qualquer uma linda. A escolha dos tecidos também é muito feliz, são roupas fogem desse esquema da sobrevida de uma estação e duram décadas - sinceramente, pelo menos dez anos elas permanecem intactas. O evento foi ótimo, quatro horas de papo descontraído, muitas fotos, muitos brindes... um sucesso! Teve até um desfile improvisado - com modelos improvisadas - no final que foi divertidíssimo.
o vestido lindolindolindo da vitrine!
godê branco.
até minha vó entrou no clima!
a loja.
amiguinhos.
as modelos.
A outra coisa foi ontem, a apresentação da esquete que eu fiz o figurino. Participante do Festival de Teatro Universitário, saiu até uma matéria do Portal PUC-Rio Digital que anunciou a esquete (e eu, super atenta, só vi isso hoje). Uma companhia só para mulheres, com direção da querida Anna Lu Machado e um elenco maravilhoso. Marina, Madona, Monalisa, Luca e Maria estão de parabéns! Eu estava exausta, sem a menor condição de comemorar com vocês, mas gostei muito mesmo - de participar disso e de ver o trabalho pronto. A ideia era vesti-las mais masculinizadas - com formas e elementos geralmente associados aos homens, como paletós, suspensórios e gravatas, e cortes de alfaiataria. Só que era isso sem perder o charme e a sensualidade de cada personagem. Ah, e tudo em preto e branco. Ficou bem legal o resultado.
Esse é um dos filmes que eu citei mês passado, no post sobre perdas. Vou me referir pelo título original Garden State que acho mais bonito, mas o título desse texto é a versão brasileira. Primeiro filme dirigido por Zach Braff (o JD de Scrubs). Esse filme é maravilhoso - sei muito bem que não é pra qualquer público, mas me atinge. A história é que Andrew volta para casa para o enterro da mãe. Ele não botava os pés na cidade há dez anos e tem péssima relação com o pai. Nessa jornada conhece Sam (uma Natalie Portman muito anterior a Cisne Negro), uma garota com epilepsia que insiste em ser one of a kind (acho que "única" é uma palavra muito comum para descrevê-la). Em diversos momentos ela resolve fazer uma coisa - um som, um movimento, uma expressão - inusitada, algo que ninguém fez antes e, nesse momento, ela se sente especial.
Andrew começa o filme confuso com o peso de ter que voltar a um lugar do qual se distanciou tanto, física e emocionalmente. Depois de conhecer Sam, ele inicia uma espécie de autoconhecimento. No fim já está certo do que quer e com a vida mais esclarecida. A direção de arte e o figurino cumprem um papel fundamental nessa narrativa. Além disso, a trilha sonora ajuda a compor de maneira lúdica e (até certo ponto) realista esse encontro que parece tão natural. Entre o homem que é estranho em sua própria terra e a garota que nova ali, mas já é de casa. Foi quando conheci The Shins, obrigada Zach!
No começo, o personagem se confunde com os cenários: roupa branca em fundo claro, preta em fundo escuro, cinza em dias nublados. Ele passa sem nenhum destaque, enquanto Sam desde a primeira cena causa contraste com seus elementos que tendem para o magenta (rosas, vermelhos, laranjas...) em cima dos cenários neutros. *spoiler* Ao longo da história, conforme o próprio roteiro vai se soltando, Andrew fica mais leve - visualmente, inclusive. Os cenários continuam muito frios, em tons de cinza, e o figurino dele fica mais leve e começa a contrastar. O protagonista finalmente se destaca, ganha vida.
No funeral da mãe, Andrew ganha uma camisa da tia e entra no banheiro para experimentar.
Não é que combinou?
Sam em destaque, enquanto Andrew e o amigo Mark (Peter Sarsgaard, my love) ficam apagados. Ainda assim, esse é mais ou menos o turning point para o protagonista, e o preto contrasta um pouco mais com a mata chuvosa que o cinza.
Na última cena, já esclarecido, Andrew se destaca do fundo branco de aeroporto com a blusa vermelha. Os tons terra fazem alusão, também, a ele estar mais centrado.
#The only living boy in New York - Simon e Garfunkel
É tanta informação que não sei nem por onde começar. Quem me conhece sabe bem como o universo do circo sempre me encantou, seja pela maquiagem, pelas roupas, objetos cênicos e até mesmo o próprio fato de ser um circo, as acrobacias e palhaçadas. O filme é O Palhaço, de Selton Mello - primeiro sinal que seria um bom projeto. Direção de arte e figurino simplesmente espetaculares, meu exercício agora é usar outros termos para dizer isso e especificar mais.
A incrível mistura de xadrezes, listras, bolas, cores saturadas, tecidos rústicos com outros mais nobres, broches, flores e outros elementos de adorno, a maquiagem clássica - especialmente nos palhaços. Além disso, o universo circense foi tão bem construído (Claudinho e Ula, quero ser vocês quando crescer!) que eu quando eu saí do cinema deu um vaziosinho tipo "queria que fosse verdade". Nesse caso, nada melhor que o tão batido clichê, uma imagem vale mais que mil palavras. Vale ressaltar também o elenco, com alguns "monstros" das antigas e excelentes revelações!
Os monstros consagrados, gênios. O cenário atrás e o crash de estampas do figurino. #quebratudo
Cara nova no pedaço - pelo menos para mim. Ela arrasa. Detalhe para os cílios falsos, maiores que Dzi Croquettes, um luxo!
Uma geral do figurino.
Arte: cartaz lindo.
#Dedicated to you - John Coltrane
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Vale lembrar que eu aceito e peço, encarecidamente, que comentem!!! Um blog depende do feedback dos leitores, mesmo que sejam só dois ou três. E sugestões de filmes, novelas, clipes, etc são bem vindos! Fica a dica, gente, h e l p.
Um curtinho, só pra divulgar uma banda de amigos e seu primeiro clipe.
A música é delicinha, a fotografia maravilhosa e - mais ou menos o meu propósito de estar aqui - o figurino muito me agrada. A direção de arte toda, nos cinzas com alguns toques de cor. Vermelhos nas meninas e uma camisa verdona no João.
E só para constar,
Perfil oficial da banda de música Baleia.
Cairê Rego - Baixo David Rosenblit - Piano Felipe Ventura - Violino e Guitarra Gabriel Vaz - Voz João Pessanha - Bateria Maria Luiza Jobim - Voz Sofia Vaz - Voz
Eu disse que seria o próximo, então vamos lá. Eu não fui em nenhum show e assisti poucos pela tv, mas rolam milhões de fotos em vários sites e é baseado nisso que eu vou escrever. Não vou comentar nada sobre as músicas e juro que vou tentar conter comentários pessoais, do tipo "que ideia é essa de botar SIR ELTON JOHN no mesmo dia que Claudia Leitte, oi?" por aí vai.
Dia 1
Impossível não comentar o visual de Katy Perry, que trocou de roupa pelo menos 3 vezes. A americana fez uma espécie de ode à brasilidade, ao Carnaval. Abusou de plumas, paetês, brilhos e colorblocking. Tudo isso, claro, unido ao estilo pin-up, que favorece suas formas (aquela coisa bem anos 50: cinturinha fina e quadril um pouco mais largo) e dá aquela sensação de corpão.
Dia 2
No dia mais rock do Rock in Rio, figurino realmente não é o forte. Mas acho que deve ser comentada a homenagem ao Rafael. Não conheci pessoalmente esse menino, mas estudamos na mesma escola e temos muitos amigos em comum. Rafa morreu ano passado e faria 20 anos no dia 24/09, que foi o show do Red Hot Chili Peppers, sua banda favorita. Os caras literalmente vestiram a camisa: no bis, voltaram todos com uma camisa estampada com a cara do menino. Muito lindo.
Dia 4
Pulei direto o Dia Metal porque quem me conhece sabe que esse estilo nunca me interessou - apesar de que, reconheço que o Slipknot manda bem com suas máscaras no quesito performance. Já o Dia Soul (ou sei lá qual nome é apropriado) eu curto. Janelle Monáe, Jamiroquai e... ninguém menos que STEVIE WONDER. Teve uma Ke$ha no meio disso tudo, pra espantar a galera, mas a gente releva.
Janelle é uma releitura dos ídolos da extinta Motown. Seu inconfundível estilo, todo em P&B; o topete meio Prince meio Elvis; a voz e o rosto lembrando o rei Michael ainda criança. Todas essas referências resultam numa jovem cantora com um enorme potencial. Fico na torcida por um futuro brilhante, ela merece.
Jay Kay, do Jamiroquai, já chegou causando. Todo carismático, o inglês sustentou um cocar com uma túnica estilo peruana e arrasou no groove.
Stevie realmente não chama a atenção pela roupa. Mas como Jimi Hendrix já se foi, agora é "Hendrix no Céu e Wonder na Terra" e não tem mais.
Gente, por hoje é só. A semana de arte moderna me espera para um seminário na 2ª e ainda nem comecei!
Minha intenção hoje era ver Melancolia, que me interessa desde março - quando concorreu ao Oscar de figurino. Estava lotada a sessão, então dei um tiro no escuro e entrei no filme de horário mais próximo. Uma doce mentira, no original De vrais mensonges, foi uma bela surpresa: leve e divertido, mas tratando de um assunto sério. Trouxe uma Audrey Tatou que em nada lembra a Coco Chanel, mas ainda estou confusa quanto às semelhanças com Amélie. Recomendo e gostei da leveza com que o assunto é tratado, me lembrou Juno, Um grande garoto e Educação, que também narram temas sérios de forma extremamente sutil.
A história é o seguinte: Emilie (Audrey) é cabeleireira e tem seu próprio salão, onde trabalha Jean, uma espécie de faz-tudo que é apaixonado pela chefe. Ele um dia a manda uma carta anônima e ela, sem a menor ideia de quem seria o admirador, ignora e resolve mandar a carta para sua mãe, que ainda sofre com a separação do marido. Com isso, Emilie causa uma confusão que se torna uma verdadeira bola-de-neve e acaba se tornando um jogo de mentiras que não pode acabar bem - mas, claro, sendo uma comédia francesa, acaba.
O figurino é bem simples, contemporâneo. Roupas mais coloridas e animadas dependendo do humor do personagem; isso acontecia tanto com Emilie como com a mãe, Maddy, que ganha vida ao longo do filme e sua trajetória é perfeitamente perceptível nas roupas. O clima do salão era bem pushing daisies, com picos de cor como um cabelo laranja, um cinto vermelho, uma roupa verde... e as duas personagens que trabalham com Emilie são bem menininhas, com vestidinhos