Wednesday, August 31, 2011

Cordel Encantado

Estampas coloridonas, rendas e tecidos mais rústicos junto com modelos de diversas épocas da história, ainda mais numa super harmonia: foi assim minha lua-de-mel com a novela Cordel Encantado que, pelo que andei lendo, está para acabar. O mundo das fantasias criado por Thelma Guedes e Duca Rachid já encantou até quem não gosta de novela! Boa parte desse encantamento, pelo menos no meu caso, está nos cenários de sonho e no figurino, que junta com maestria o que há de mais bonito e aconchegante no Nordeste com influências completamente
aleatórias da história da indumentária.
Andei lendo algumas matérias com análises mais específicas de cada personagem e estou gostando ainda mais, se isso for possível. Tem roupa feita de patchwork, crochet e até toalha de mesa, é criatividade que não acaba. Além de refletirem a personalidade dos personagens (que é o principal propósito de um figurino) alguns têm até inspirações inusitadas, como misturar uma estética futurista à la Guerra nas Estrelas com modelos medievais/renascentistas. E dá tudo certo. Até o que no começo me incomodava, como o "desleixo" da farda do Rei Augusto, hoje faz sentido: ele é um romântico, não é um general sério e, portanto, não precisa estar impecável. Não sei se é proposital, mas é uma boa desculpa.
A vilã tem uma paleta mais escura e abusa de detalhes
extravagantes, como os acessórios de cabeça e ombreiras.
Rosa é uma menina romântica e doce, e seu temperamento
é facilmente identificado no figurino.
Rei Augusto, um romântico que só quer
voltar ao seu reino na companhia da filha,
acaba se apaixonando por uma sertaneja.
O figurino de Açucena desde o começo se diferenciava
dos outros: a protagonista usa roupas mais trabalhadas
e coloridas que a dão um charme especial.
No começo eu não gostava do figurino da Rainha Helena,
mas quando descobri que suas referências são um crossover
de Guerra nas Estrelas com indumentária Gótica,
achei muito interessante.
(e reconheço nessas mangas um quê de Renascimento)

Acho muito legal essa novela ser de época e ao mesmo tempo não ser de nenhum período específico. Outros exemplos, como os trajes meio Napoleão usados pelo coronel Timóteo, ou a modernidade de uma mulher que usa calça comprida e as peças de metal e couro do cangaço, só reforçam o hibridismo criado por Marie Salles e Karla Monteiro. E rapidinho isso virou referência... Parabéns!
Eu mesma, na festa junina, usei uma "saia açucena" e já aderi ao estilo saia longa de cintura alta... depois coloco uma fotinho aqui.

#Jazz Me Blues - Original Dixieland Jazz Band

Tuesday, August 30, 2011

Primeiro impulso

Pra quem me conhece, estou dando um tempo do Figo com Ricota, que era uma espécie de desabafo virtual, e resolvi pôr em prática o que eu aprendi (e continuo aprendendo) na faculdade de Indumentária. Já tinha, inclusive, feito um post de introdução e um analisando o figurino de "Meia-noite em Paris" mas isso está em outro computador e, daqui a pouco eu explico o porquê, resolvi começar isso logo, agora!
Eu acompanho um blog que minha irmã me mostrou, o um ano sem zara, e vi que ela foi uma das sortudas a ir na visita ao Projac. Tinha lido sobre isso outro dia, morri de inveja. Em parte porque é lá (um dos lugares) que eu sonho em trabalhar, em parte porque só a visita já é uma coisa bem bacana. E as convidadas foram ao acervo mega-power da Globo, tiveram uma reunião/entrevista com Beth Filipecki (já ouvi falar tanto de como ela é magnífica, uma professora querida minha foi aluna dela e é só elogios) e passeio pelas cidades cenográficas (Brogodó)! Enfim, amazing né.
Isso foi um pontapé: tenho que me mexer, se não as coisas não acontecem. Espero conseguir manter uma média de 4 ou 5 posts por semana. Mas não me prendo a um meio só não: quero falar de figurinos para cinema, tv, teatro, dança, circo... o que der na telha! E se der na telha falar de algo remotamente parecido, tá valendo. Pensando agora, acho que posso até colocar alguns trabalhos meus. Falando nisso, aliás, tenho que voltar ao Renascimento para propôr um figurino para Caramuru. E quando estiver empenhada vou analisar trabalhos de figurinistas já estabelecidos e, de repente, falar de uma ou outra gaffes que eu ouço na faculdade... são muitas!
Até amanhã.

#Le temps de souvenirs - Françoise Hardy