Showing posts with label caracterização. Show all posts
Showing posts with label caracterização. Show all posts

Friday, December 16, 2011

Toca Rauuul 3

Em primeiro lugar, desculpa pela configuração toda errada do blog - o blogspot está com algum problema que eu não consigo mais ajustar nada, só consigo escrever e carregar fotos.

Depois de uma vasta pesquisa da Cacá (minha irmã, mentora e também figurinista - que entrou antes no projeto) sobre as (muitas) fases de Raul Seixas. O elenco principal do clipe (fotos) é o pessoal do bloco Toca Rauuul, a gente tentou deixar eles mais inesquecíveis, de acordo com alguns personagens: o velho de Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás, o Carimbador Maluco e alguns mais rock'n'roll, disco ou hippies. Nos preparamos em muitos acervos de amigos para vestir essa galera e a figuração, estava todo mundo num clima anos 70 ou Carnaval (ou os dois juntos!) e as perucas, óculos, bigodes e barbas caracterizando como Raul Seixas. O clima das gravações foi o máximo, super festa, amigos e muita diversão. Agora, com o clipe pronto, estamos esperando a contribuição da galera para que o bloco possa sair nas ruas alegrando o Carnaval 2012. O endereço do site de contribuição está no fim do post, depois do video.

TOCA RAUUUL












http://www.embolacha.com.br/projeto/170-bloco-toca-rauuul/


#Maluco Beleza - Toca Rauuul

Thursday, November 10, 2011

Curtinho, 4x4

Manou, top ciganinha é aquela blusa curtinha e fofinha que a Letícia Spiller usava em Quatro por quatro. Eu tinha só 4 anos, mas é a primeira novela que me lembro... não lembro de tudo não, mas da Babalu e Raí eu lembro, era ela e o Marcello Novaes. E o figurino da Babalu virou ícone e, hoje em dia, referência. Você não lembra mesmo de nada parecido?

Wednesday, November 9, 2011

Vamp

Finalmente, já que a novela está na reta final de sua reprise no canal Viva, vamos então nos divertir com as figuras vampirescas que entraram pra história! O figurino é assinado pelo gênio Lessa de Lacerda (que, segundo o memória globo, começou sua trajetória na emissora em Roque Santeiro, isso já diz muito né). Não acompanhei na época, mas minhas irmãs se lembram da sensação que a vamp rock'n'roll Natasha causou... mais ou menos como a pulseira-anel da Jade em O Clone ou o top ciganinha de Babalu em Quatro por quatro (figurino também de Lessa).

Realmente acho essa novela sensacional. O texto é divertidíssimo, os atores são excelentes - oi, Patrycia Travassos, desculpa mas vc não devia ter feito mais nada depois dessa novela, especialmente os comerciais insuportáveis de Activia - e o figurino ajuda a compor essas caricaturas vampirescas (porque, obviamente, o figurino dos "malvados" é mais interessante). Do lado negro da força temos Ney Latorraca, Patrycia Travassos, Otávio Augusto e Paulo Gracindo em participação especial são os melhores. Os bonzinhos têm como líder Reginaldo Farias em mais um papel brilhantemente apático, um Fábio Assunção em seu melhor momento e Claudia Ohana, a vampira-vítima, genial.

A parte mais interessante do figurino era o núcleo malvado, especialmente a armadura de guerra de Conde Vlad (Latorraca) e a família Mattoso (Patrycia, Otavio Augusto, Flavio Silvino e André Gonçalves debutando) que era uma coisa meio rock'n'roll extravagante, cafona... demais! As roupas de Natasha são um espetáculo à parte - devo lembrar que, quem ainda acha que figurino é moda, vai achar que eu sou louca; mas figurino não é moda, a moda dos anos 90 era a coisa mais cafona do universo, mas o figurino da Natasha te dá exatamente a sensação de cantora pop. Logo, nesse sentido, é sim genial. Vamos às fotos.

Os filhos do capitão Rocha.
Alguém mais sentiu uma vibe família Von Trapp?
Os filhos de Carmen Maura, que se casa com o capitão.
Oi, isso é super Os meus, os seus e os nossos.
Família Matoso, Gerald Lamas (Guilherme Leme, máilove) e Vlad (Latorraca)
Matoso e Mary, sensacionais.
Nunca vou esquecer da voz agudinha da Patrycia Travassos falando
"Eu, Ma-ry Ma-toso..."
Natasha e Vlad, mó climão.
Natasha.

O que eu acho mais genial desse roteiro é a inter(textualidade?)
Tudo tem referência, que vão por escritores super conceituados, filmes, outras novelas, cultura pop... os filhos da Carmen Maura, por exemplo, se chamam Helena (de Tróia), Scarlett (O'Hara), Dorothy (Mágico de Oz), Léon (Tolstoi), Rubem (Fonseca) e Sigmund (Freud).
O personagem do Evandro Mesquita é um palhaço do Circo Planador (Circo Voador).
E por aí vai... já usei Vamp até num trabalho da faculdade, comparando Natasha com o poema árcade Marília de Dirceu, de José de Alencar. Até gostei do resultado, mas isso fica pra outro post.


#Noite Preta - Vange Leonel
(porque esse post pedia essa música, tema da abertura da novela HAHA)

Wednesday, October 26, 2011

Aparências - e como a roupa nos influencia.

Ia escrever que hoje estou cansada e pouco inspirada e percebi que uso muito isso como desculpa, devo parecer uma pessoa muito chata - eu juro que me esforço para não ser! Mas andei pensando muito num assunto, que muita gente pensa que de figurino não tem nada, mas vou mostrar que penso o contrário. O modo como nos apresentamos para o mundo também é figurino. A atitude, jeito de andar e alguns casos até de falar. Nossos armários, tudo isso é figurino. Vou tentar organizar os pensamentos que levaram a compartilhar isso.

Aconteceu no Senai-Cetiqt (minha faculdade) essa semana - mais precisamente ontem e hoje - um evento organizado por ex-alunos que foca, justamente, nosso trabalho e todos os seus desdobramentos. O evento traz palestrantes e profissionais que montam oficinas de criação, é muito legal. Mas, infelizmente, o fato de ser na Barra e de eu ser uma pessoa até um tanto ocupada, não pude ficar o dia todo. Assisti uma palestra ontem da Xela Marx, atriz de teatro que mora/trabalha na Europa, principalmente Londres e Espanha. Ela mostrou, em alguns exercícios bem simples, como um adereço - como, por exemplo, um nariz de palhaço - muda toda a mensagem que a gente passa para o mundo.

Hoje teve uma oficina com uma figurinista de teatro que falou um pouco do trabalho dela e deu exemplos de figurinos que, especialmente por serem teatrais, passam despercebidos - mas na verdade são ótimos trabalhos. Depois ela fez uns exercícios de nos colocar no lugar do ator, muito interessantes. Num deles, um voluntário recebia uma peça de roupa ou acessório e tinha que descrever objetivamente o que estava sentindo, depois o que aquilo o lembrava (o valor subjetivo) e um outro exercício era, a partir dessa análise, cantar uma música, contar uma história ou recitar um poema que viesse à cabeça a partir dessas lembranças. Tenho que ser menos pudica poxa, não fui voluntária e agora me arrependo...

O que me impulsionou mesmo para escrever, na verdade, não foi nem um nem outro. Foi uma propaganda de uma base incriveland! O comercial levanta a bandeira do preconceito visual; não devemos julgar uma pessoa pela aparência. Não vou explicar mais, que é pra não estragar. É simplesmente genial.



#Julia - Beatles

Sunday, October 23, 2011

Acontecimentos recentes

Meu computador não gosta de mim.

Esse não é o tema de hoje não, é simplesmente um fato que constatei. Estou há pelo menos 30min tentando passar umas fotos (que eu quero postar aqui) e ele finge que não é com ele... temperamental, sabe como é?

Enfim, vim falar do fim de semana. Sexta-feira teve lançamento da coleção nova da Luiza Marcier, da À Colecionadora, com happy hour. Quem conhece alguma coisa do trabalho dela sabe que não precisa de explicações: o forte, ao meu ver, é a modelagem sensacional que deixa qualquer uma linda. A escolha dos tecidos também é muito feliz, são roupas fogem desse esquema da sobrevida de uma estação e duram décadas - sinceramente, pelo menos dez anos elas permanecem intactas. O evento foi ótimo, quatro horas de papo descontraído, muitas fotos, muitos brindes... um sucesso! Teve até um desfile improvisado - com modelos improvisadas - no final que foi divertidíssimo.

o vestido lindolindolindo da vitrine!
godê branco.
até minha vó entrou no clima!
a loja.
amiguinhos.
as modelos.

A outra coisa foi ontem, a apresentação da esquete que eu fiz o figurino. Participante do Festival de Teatro Universitário, saiu até uma matéria do Portal PUC-Rio Digital que anunciou a esquete (e eu, super atenta, só vi isso hoje). Uma companhia só para mulheres, com direção da querida Anna Lu Machado e um elenco maravilhoso. Marina, Madona, Monalisa, Luca e Maria estão de parabéns! Eu estava exausta, sem a menor condição de comemorar com vocês, mas gostei muito mesmo - de participar disso e de ver o trabalho pronto. A ideia era vesti-las mais masculinizadas - com formas e elementos geralmente associados aos homens, como paletós, suspensórios e gravatas, e cortes de alfaiataria. Só que era isso sem perder o charme e a sensualidade de cada personagem. Ah, e tudo em preto e branco. Ficou bem legal o resultado.

meninas!!!


#Kids - MGMT

Wednesday, October 19, 2011

O Palhaço

É tanta informação que não sei nem por onde começar. Quem me conhece sabe bem como o universo do circo sempre me encantou, seja pela maquiagem, pelas roupas, objetos cênicos e até mesmo o próprio fato de ser um circo, as acrobacias e palhaçadas. O filme é O Palhaço, de Selton Mello - primeiro sinal que seria um bom projeto. Direção de arte e figurino simplesmente espetaculares, meu exercício agora é usar outros termos para dizer isso e especificar mais.

A incrível mistura de xadrezes, listras, bolas, cores saturadas, tecidos rústicos com outros mais nobres, broches, flores e outros elementos de adorno, a maquiagem clássica - especialmente nos palhaços. Além disso, o universo circense foi tão bem construído (Claudinho e Ula, quero ser vocês quando crescer!) que eu quando eu saí do cinema deu um vaziosinho tipo "queria que fosse verdade". Nesse caso, nada melhor que o tão batido clichê, uma imagem vale mais que mil palavras. Vale ressaltar também o elenco, com alguns "monstros" das antigas e excelentes revelações!

Os monstros consagrados, gênios.
O cenário atrás e o crash de estampas do figurino.
#quebratudo

Cara nova no pedaço - pelo menos para mim. Ela arrasa.
Detalhe para os cílios falsos, maiores que Dzi Croquettes, um luxo!

Uma geral do figurino.

Arte: cartaz lindo.

#Dedicated to you - John Coltrane

---
Vale lembrar que eu aceito e peço, encarecidamente, que comentem!!! Um blog depende do feedback dos leitores, mesmo que sejam só dois ou três. E sugestões de filmes, novelas, clipes, etc são bem vindos! Fica a dica, gente, h e l p.

Tuesday, October 18, 2011

"Our deal" - Best Coast

Já está tarde, eu acordo cedo e a preguiça falou mais alto. Queria fazer um post sobre Vamp, mas como estou de poucas palavras não vai dar - sou dessas que curte mesmo uma novela, especialmente antiga e adoro essa história cafonésima de vampiros. Enfim...



Vi esse clipe hoje na faculdade. Visivelmente influenciado por todos aqueles filmes pop anos 1980 que tratam da questão das gangues e retratam essa coisa super americana de "tribos" bem marcadas. O figurino é totalmente inspirado em Grease e West Side Story. Os olhos super delineados em preto nas meninas da gangue noturna, a jaqueta preta com o emblema da raposa e esses topetões tem uma comunicação muito forte e deixam explícita a rebeldia dessas meninas. A gangue "do dia" é mais quente, latina. Usam vermelho e amarelo, o próprio colorido do menino lembra o porto-riquenho de West Side. São também super 80s, mas de uma forma mais leve, com argolas prateadas, jaquetinhas jeans e all stares.

O clipe em si é bonitinho e a música é fofys, nunca tinha ouvido - nem ouvido falar nessa banda. Não é nada original, mas é bem feito. Direção de Drew Barrymore. A loirinha é aquela menina que faz a irmã mais nova do Tom em 500 dias com ela, Chloë Grace Moretz; vale ficar de olho nela.

---
Mental note: faltam Vamp, a exposição de figurinos do Festival e a esquete de uma amiga que eu fiz o figurino.
Por hoje é só.

Sunday, October 16, 2011

A hora e a vez

Hoje volto um pouco ao tema. O primeiro figurino que me chamou a atenção nesse Festival é de Beth Filipecki. Na verdade, enquanto filme, eu esperava mais de A hora e a vez de Augusto Matraga porque tem João Miguel e José Wilker, isso já devia bastar. Acho que esses dois são tão "monstros" que minhas expectativas ficaram lá em cima... É um clima bem sertão com jagunços, coronéis e esses heróis estilo velho-oeste que são solitários e cheios de inimigos, mas enfrentam um bando todo sozinhos. Esse é João Miguel, ou Augusto Estêves. A imagem eterna que tenho do José Wilker é o coronel, austero, de branco; não deu outra, o visual de Joãozinho Bem-Bem é exatamente isso (o personagem é uma espécie de justiceiro por linhas bastante tortuosas).

Não consegui fotos dessa refilmagem, o tio Google só me mostra fotos do primeiro filme, lá dos anos 1960... Mas é o seguinte: algodões bem rústicos, um branco sujo meio off-white, rendas para as mulheres. Alguns terras marrons, ocres, cinzas e azuis-marinho sofridos com o tempo. Augusto, enquanto homem forte e valente, usa o clássico branco-coronel mais puxado pro envelhecido, amarelado. Depois de levar uma coça e quase morrer, passa anos sendo cuidado por um casal que o achou no meio do mato. A maquiagem (prefiro o termo caracterização) do João inchado, cheio de cortes, ensanguentado é de um realismo incrível. E o interessante é que, depois de sobreviver e virar um homem religioso, ele começa a usar roupas escuras. Calça enrolada no tornozelo, tipo pescador. Uma roupa toda mais despojada.

As lendas
Além de Wilker, o filme traz outra lenda-viva: Chico Anysio. Um coronel que manda numa enorme turma de jagunços e arquiteta emboscadas e assassinatos sem sujar uma unha. Acompanha tudo do conforto do seu lar, nem até a varanda ele vai. Seu figurino é muito forte, bem contrastado no preto e branco. Mas preto e branco limpos, não os tons "vividos" que o povo usa. E Joãozinho, já disse ali em cima, essa coisa bem coronel (apesar do personagem ser uma espécie de cangaceiro chique) de branco-limpo também, com aquela postura de José Wilker, o invencível. Um lorde (meio Timóteo Cabral, de Cordel Encantado).

---
Hoje vi também o documentário Os Últimos Cangaceiros e achei interessante e digno de comentar que o figurino deles enquanto cangaceiros não era o que costumamos ver, em tons de terra (como o bando de Herculano em Cordel, com marrons, beges, ocres e brancos-sujos). Imagino que a reconstituição tenha sido bastante fiel, porque Durvalina e Moreno fizeram parte do bando de Lampeão. As roupas que usavam no filme era de um azul fortíssimo, quase turquesa, e faixas vermelhas. Muito lúdico, muito lindo.


#Mágica - Os Mutantes

Sunday, October 9, 2011

Turbilhão: primeiro dia de Festival do Rio

Não sei nem por onde começar. As palestras do Festival valeram super a pena, ainda bem que eu fui, mesmo sozinha. O tema das duas mesas de hoje era o sucesso na televisão. Primeiro conversaram Marcelo Tas, Tonico Pereira e André di Biase. Depois o foco estava nos autores: Claudio Paiva, A Grande Família. Tapas e beijos; Thelma Guedes e Duca Rachid, Cordel Encantado!!!; Newton Cannito, Cidade dos Homens; Margareth Boury, Rebelde; Marcílio Moraes, A Lei e o Crime. Ambas mediadas por Marcos Didonet, um dos organizadores do Festival.

A primeira mesa acabou sendo mais cômica, claro, mas consegui extrair boas ideias. Tonico começou sua fala dizendo que é muito difícil diferenciar o sucesso do sucesso. Tem o sucesso que de certa forma é ruim, que é se preocupar somente com os números (um filme de sucesso pode ser um filme genial ou um filme com boa bilheteria) e o sucesso bom, que é o de ser reconhecido no seu trabalho, prestigiado. E ainda mostrou uma humildade ao dizer que "todos nós em algum momento temos a possibilidade de ser artistas, mas isso não é uma constante". Um cara genial que nem ele tem o pé no chão. Alguém da platéia classificou bem: ele é integralmente ator, não se perdeu na fama e, por isso, digo que é um ator de muito sucesso. E, sim, um artista.

Marcelo Tas aproveitou Shakespeare para sua definição de sucesso: é a capacidade que a gente tem de tocar o coração das pessoas, de contaminá-las. Romeu e Julieta, Hamlet, Macbeth... são histórias que mexem com a gente, por isso continuam tão fortes até hoje. O sucesso que faz um ex-BBB é instantâneo, depois de um tempo todo mundo esquece. André di Biase contou a experiência de sucesso estrondoso que teve com Armação Ilimitada nos anos 1980 e define o sucesso como retribuição do esforço artístico.

Não existe mesmo receita para o sucesso. E pior, depois de um grande sucesso, como se libertar dessa obrigatoriedade de fazer uma coisa à altura? Thelma Guedes e Duca Rachid estão atualmente sob esse dilema. Com o fim da maravilhosa Cordel Encantado e pressão do público por uma "versão dois" da novela, as autoras agora têm que se perguntar novamente qual é a história que eu quero contar? e partir para a próxima. É muito importante o autor de novela gostar de novelas e contar uma história que seja de interesse próprio, essa é a base de um bom projeto. Acreditar naquilo o tempo todo.

Tomei coragem e fiz até uma pergunta aberta para a mesa:
Até que ponto o roteirista pode colaborar com figurino e direção de arte? Vocês podem interferir no processo, aprovar ou vetar ou só ficam sabendo o resultado quando já está pronto?
Sempre tive essa impressão, que o diretor acompanha o processo todo, mas o roteirista na minha cabeça aparecia só nessa primeira fase da criação - que, não por isso, eu achava menos importante! Descobri que não, na televisão o autor participa do processo todo, da escolha do elenco ao figurino e direção de arte, sim. As autoras de Cordel disseram que a ideia original para o figurino do Capitão Herculano envolvia um chapéu de cowboy no lugar do tradicional chapéu de cangaceiro e elas bateram pé que queriam o original. E ainda bem, não consigo nem pensar no Domingos Montagner caracterizado de outra forma. Claudio contou que em Tapas e beijos havia imaginado Fátima e Suely mais simples, com um tom abaixo no figurino, mas acabou gostando do resultado. É importante, na construção do personagem, que o autor veja aquilo que imaginou ao criar, o diretor veja o que imaginou ao ler, o figurinista represente a impressão que teve de cada personagem e o ator se sinta bem.

Na resposta de outra pergunta, Margareth fez uma pequena comparação que serviu também para me ajudar a entender como funcionam as coisas nesse(s) universo(s): "A TV é do autor, o teatro é do ator e o cinema é do diretor". É importante, para cada meio de comunicação, investir no profissional mais adequado.

---
Na saída atravessei a rua para pegar um ônibus e, como estava sem música, fui acompanhada dos meus pensamentos. Seria legal se eu tivesse esperando um táxi na porta do Armazém e conseguisse uma carona. Seria legal se fosse uma carona com alguém da mesa do debate... Thelma Guedes, Duca Rachid, Claudio Paiva. Nossa, seria muito legal pegar carona com Claudio Paiva, o cara é um gênio! Eis que, 20 minutos esperando o ônibus - na zona portuária, num domingo, ou seja, Cidade Fantasma - resolvi atravessar de volta para pegar um táxi mesmo. E, na maior improbabilidade da vida, quem me oferece carona? Ninguém menos que Claudio Paiva, criador d'A Grande Família e muito mais. Cheguei em casa atônita e incrédula. E ele me reconheceu (a menina que fez a pergunta sobre figurino) e viemos conversando, ele contou casos do trabalho e no final me desejou boa sorte. Ganhei meu dia.

#Dis Lui Non - Françoise Hardy

Tuesday, October 4, 2011

Rock in Rio 2011 fotos

Katy Perry no auge de seu multifacetismo: Mulher-gato,
papagaio,
pin-up
e pavão.
Red Hot Chili Peppers, com camisa do Rafael Mascarenhas. Linda homenagem.
Elvis
Prince
Janelle Monáe. Parece um menino da década de 1970 (cof..cof...Michael Jackson)
Jay Kay: influência "peles vermelhas"... alguém mais lembrou de Hair?
Ke$ha espantando geral: estilo indefinido, sujo e cafona. Medo.

#Young folks - Peter, Bjorn and John

Rock in Rio 2011

Eu disse que seria o próximo, então vamos lá. Eu não fui em nenhum show e assisti poucos pela tv, mas rolam milhões de fotos em vários sites e é baseado nisso que eu vou escrever. Não vou comentar nada sobre as músicas e juro que vou tentar conter comentários pessoais, do tipo "que ideia é essa de botar SIR ELTON JOHN no mesmo dia que Claudia Leitte, oi?" por aí vai.

Dia 1
Impossível não comentar o visual de Katy Perry, que trocou de roupa pelo menos 3 vezes. A americana fez uma espécie de ode à brasilidade, ao Carnaval. Abusou de plumas, paetês, brilhos e colorblocking. Tudo isso, claro, unido ao estilo pin-up, que favorece suas formas (aquela coisa bem anos 50: cinturinha fina e quadril um pouco mais largo) e dá aquela sensação de corpão.

Dia 2
No dia mais rock do Rock in Rio, figurino realmente não é o forte. Mas acho que deve ser comentada a homenagem ao Rafael. Não conheci pessoalmente esse menino, mas estudamos na mesma escola e temos muitos amigos em comum. Rafa morreu ano passado e faria 20 anos no dia 24/09, que foi o show do Red Hot Chili Peppers, sua banda favorita. Os caras literalmente vestiram a camisa: no bis, voltaram todos com uma camisa estampada com a cara do menino. Muito lindo.

Dia 4
Pulei direto o Dia Metal porque quem me conhece sabe que esse estilo nunca me interessou - apesar de que, reconheço que o Slipknot manda bem com suas máscaras no quesito performance. Já o Dia Soul (ou sei lá qual nome é apropriado) eu curto. Janelle Monáe, Jamiroquai e... ninguém menos que STEVIE WONDER. Teve uma Ke$ha no meio disso tudo, pra espantar a galera, mas a gente releva.
Janelle é uma releitura dos ídolos da extinta Motown. Seu inconfundível estilo, todo em P&B; o topete meio Prince meio Elvis; a voz e o rosto lembrando o rei Michael ainda criança. Todas essas referências resultam numa jovem cantora com um enorme potencial. Fico na torcida por um futuro brilhante, ela merece.
Jay Kay, do Jamiroquai, já chegou causando. Todo carismático, o inglês sustentou um cocar com uma túnica estilo peruana e arrasou no groove.
Stevie realmente não chama a atenção pela roupa. Mas como Jimi Hendrix já se foi, agora é "Hendrix no Céu e Wonder na Terra" e não tem mais.


Gente, por hoje é só. A semana de arte moderna me espera para um seminário na 2ª e ainda nem comecei!
Vou fazer um post separado para as fotos.


#Come Alive - Janelle Monáe

Wednesday, September 28, 2011

Em feverê tem carná

Tinha pensado em falar sobre Alice, mas queria falar com uma pesquisa boazinha sobre o filme e o figurino, vencedor merecido do Oscar 2011, então fica pra depois. Ainda to zonza, sem nem saber direito os dias e cheia de pesquisas acadêmicas pra fazer, portanto posts mais elaborados eu vou empurrando com a barriga. Outra que eu vou empurrar um pouco mais é Across the Universe.

Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado. Todo carnaval tem seu fim. Nesse clima Los Hermanos, meio triste-tentando-pensar-em-coisas-boas, não quero falar muito. Vou comentar brevemente minhas fantasias do último carnaval, eu realmente me empenhei. Não reparem, por favor, na qualidade (ruim) das fotos.

Para o bloco Sem Rival: Madonna e David Bowie

Para o Boitatá: Isis (Jodie Foster em Taxi Driver). Essa é bem legal, porque tem uma referência clara e ninguém entende, não é tipo abelhinha, florzinha...

Para o Sargento Pimenta: o hit do carnaval desse ano, Cisne Negro (do filme homônimo).
EU. QUE. FIZ.
Fiz a saia de tule (que inferno!) e costurei as penas na blusa... trabalho do cão, mas ficou demais (a maquiagem nem tanto, por isso optei pela foto de costas).

#Things you call fate - Sondre Lerche

Sunday, September 25, 2011

Caramuru

Opa, já virou o dia então posso postar de novo - porque uma das coisas que eu achava ruim no Figo com Ricota era que um dia me baixava um santo e eu postava 20 coisas, aí passava dias sem nada, por aí vai... to querendo fugir disso. E começo esse post dizendo que estou mudando também o layout, cansei dos Tabs que não funcionam e ficar dando espaços.

Andei relendo o que eu já escrevi por aqui e resolvi compartilhar o resultado do meu Caramuru. O trabalho era o seguinte: propôr um novo figurino para um personagem do filme e o que foi sorteado para mim foi o próprio, Diogo Álvares. Ele é um português que veio parar no Brasil por acaso, sobrevivente de um naufrágio. Ao disparar acidentalmente uma arma de fogo, Diogo é tido como uma espécie de Deus e reza a lenda que isso ajudou muito no contato entre portugueses e índios. Breve panorama da época, em 3 palavras (ou termos)-chave - fruto do sono e da preguiça de formular frases: Renascimento. Grandes navegações. Descobrimento do Brasil.

O texto abaixo é a Defesa do figurino, tal qual entreguei no trabalho.

Diogo Álvares é um artista português católico. Quando chega ao Brasil e se depara com uma sociedade com costumes completamente diferentes dos seus. Gente sem pudor, que anda nua; com rituais diferentes daqueles permitidos pela Igreja; gente que não vê no canibalismo um problema. Num primeiromomento, ele se espanta, mas após disparar sem querer uma arma de fogo, percebe sua “vantagem” sobre aquele povo. Ele é imediatamente tido como um deus e é batizado Caramuru.

Os elementos de sua indumentária refletem seus valores. Diogo, enquanto português católico, usa um cruscifixo como símbolo de sua devoção à Deus e não consegue andar completamente nu como os nativos tupinambás. As roupas que tinha no corpo quando chegou à ilha não eram adequadas ao clima brasileiro e estavam em péssimo estado, por isso ele decidiu fazer suas roupas com materiais da floresta.


E ele, com muito (?) orgulho. Peço perdão pelo cenário confuso...



#Red hot chili peppers. TV ligada no multishow, na cobertura do Rock in Rio... prefiro estar aqui na calminha da minha casa do que lá na multidão. (:

Wednesday, September 7, 2011

Caracterização

Muita gente duvida do que caracterização pode fazer por um espetáculo. Se ela é bem feita, serve de apoio para o trabalho do ator... mas se o contrário acontece, pode acabar prejudicando o personagem. Não quero fazer um post grande sobre isso não e assim que der eu juro que posto sobre Meia-noite em Paris. Vou direto ao ponto:

Viúva Porcina (Roque Santeiro, 1985)
Raquel (Vale Tudo, 1989)
Clô Hayalla (O Astro, 2011)
Três momentos marcantes da carreira de Regina Duarte, talvez até os 3 melhores. Optei por falar de personagens que conheço, de novelas que eu vi, se não seria um simples Ctrl+C, Ctrl+V que qualquer um é capaz de fazer. Viúva Porcina é o escândalo, os anos 1980 "em pessoa" e sua maquiagem, cores fortes e suas estampas ela se tornou um ícone. Porcina precisa ser gritante em todos os aspectos, se não seria uma qualquer como a Raquel, que é da mesma década e também abusa das ombreiras, por exemplo, mas a paleta pálida dá o tom chato da personagem. E agora a nova e maravilhosa Clô Hayalla, LOCA demais não seria nada sem esse topete meio hairspray e figurino totalmente kitsch.
E Bruno Gagliasso, que me surpreende cada vez mais. Seus dois últimos personagens, Berilo e Timóteo, foram ajudados pela mão de Deus (ou, de um bom figurinista). Berilo era literalmente um malandro, um "italiano safado" que não gostava de trabalhar e tinha duas esposas - e enriqueceu às custas delas. A blusa aberta e clara, óculos escuros e ocasionais cordões são o must have de qualquer malandro que se preze. Já Timóteo, é nascido em berço de ouro, filho de Coronel do sertão, que ao longo da trama enlouqueceu e acabou lembrando seu esquizofrênico de Caminho das Índias (2009). Uma foto já basta para perceber a influência neoclássica: Napoleão Bonaparte é a referência principal de figurino do auto-intitulado Rei do Sertão.

Berilo (Passione, 2010)
Timóteo Cabral (Cordel Encantado, 2011)

Mas tem também aquela produção que acaba comprometida pela caracterização dos personagens. Não consegui nenhuma foto à altura, mas uma coisa que me roía por dentro era a mania de um ombro só que tinha na última do Gilberto Braga... nunca vi tanta coisa cafona-contemporâneo junto!
Por hoje é só. Queria entender porque agora eu dei pra postar só de madrugada, quando eu escrevo pior que o normal e perco as ideias... além do Woody Allen que já está virando lenda, penso em algo sobre fantasias ou o espírito das roupas. E lembrar de filmes e peças, pra variar um pouco o assunto.


#Roque Santeiro - Sá e Guarabira