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Monday, November 28, 2011

Tema livre

Fico meio perturbada com essas meninas que não tem nem 15 anos e já fizeram altos filmes, desbancam atores muito mais velhos e seguram cenas com alguns monstros do cinema. E além de tudo tiram fotos de fazer inveja em muita modelo. Na verdade meu impulso para esse post não era esse não, eu pretendia falar sobre um projeto do New York Times, 14 Actors Acting. Dirigido pelo fotógrafo - meu mais novo ídolo - Solve Sundsbo, o projeto mistura nomes consagrados como Michael Douglas e Robert Duvall a bons atores, embora não tão antigos, como Javier Bardem e Tilda Swinton a peixes novos que já provaram seu valor, como Natalie Portman, James Franco, Jesse Eisenberg e a novata, de 14 anos, Chloe Moretz. Os videos são incríveis, alguns são tensos (e intensos) demais.


No entanto, isso me levou a pesquisar essa menina (que fez 500 dias com ela, Kickass) e achei fotos lindas dela e outras meninas-prodígio que me espantam um pouco também. Elle Fanning desde Phoebe in Wonderland (A menina no País das Maravilhas, na tradução) já me deixou boquiaberta - mais ou menos como a irmã, Dakota Fanning, em I am Sam (Uma Lição de Amor). Essas meninas já contracenaram com Sean Penn, Felicity Huffman, Cate Blanchett; e não fizeram feio. Entra também para o time a eterna Little Miss Sunshine, Abgail Breslin, que em seu primeiro papel de mais destaque roubou a cena de Steve Carell, Toni Collette e Greg Kinnear. Mais uma vez fiquei impressionada com essas crianças que dão conta desses personagens tão complexos e me peguei pensando... isso não pode fazer bem para a saúde mental delas. Sempre lembro do Macaulay Culkin e toda sua genialidade que eu acompanhei (e, literalmente, cresci junto) que sumiu, se perdeu na vida e nas drogas. Essas meninas aparentemente estão indo bem, vale a pena ficar de olho!


Bom, e na pesquisa breve-breve sobre o projeto do NY Times eu descobri o tal fotógrafo incrível. Ele é da agência Art+Commerce que me pareceu bastante interessante - um ataque repentino de sono não me deixou ver com calma, mas guardei o link. O portfolio dele está neste link. Não preciso - nem consigo - falar mais nada. To de cara com as fotos de moda com as sombras!


#The Boxer - Simon & Garfunkel

Friday, November 25, 2011

Alice


Era briluz. As lesmolisas touvam roldavam e reviam nos gramilvos. Estavam mimsicais as pintalouvas e os momirratos davam grilvos. Me peguei numa fase Lewis Carroll e resolvi falar logo da versão Burtoniana de Alice. Eu já gosto da estética sombria fantasiosa do Tim Burton, acho incrível tudo que Colleen Atwood faz e tenho um pé lá no Mundo das Maravilhas, então a parcialidade é zero - mas tudo bem, larguei o jornalismo em tempo!

A fábula foi modernizada nessa adaptação que junta as duas histórias: Alice no País das Maravilhas e Alice através do Espelho, que é uma continuação da primeira (e mais conhecida). Muita gente viu o filme esperando uma versão com atores do eterno desenho da Disney, mas não é isso. O roteiro é outro - a animação conta somente a primeira parte - e a proposta não é um filme infantil. Aliás, tiro meu chapéu para quem fez a adaptação da Disney, que conseguiu manter toda a psicodelia e segundas interpretações e as criancinhas não crescem pertubadas... tenho pra mim que o Tim Burton pretendia fazer algo mais subjetivo ainda.

Alice da Disney. Fofo.
Croqui da Rainha Vermelha, quase chorei de felicidade quando achei fotos dessa exposição.
Ela conseguiu criar figurinos originais, modernos e fashion sem fugir do formato e cores básicos da história... e ganhou o Oscar mais que merecido por esse figurino.
Aliás, acho que foi a figurinista mais indicada ao Oscar... ela é tipo a Meryl Streep das roupas.
Chapeleiro Maluco, que além de ser o Johnny Depp usava essa roupa incrível.
Sem mais.
Croquis da Alice.
O primeiro é uma das muitas (sete, eu acho) versões que ela usa no País das Maravilhas - cada vez que ela muda de tamanho, ela muda de vestido.
O segundo é a versão do "mundo real", que é a Inglaterra Vitoriana.
Algumas roupitas da Alice em uma só sequência!


#The only living boy in New York - Simon and Garfunkel

Monday, November 14, 2011

OK GO

é uma banda de Chicago com uma batida bem legal, mas o forte deles eu diria que são os clipes, mais que própria música. E o que chama atenção nos clipes não é o figurino, mas as ideias geniais que conseguem transformar uma simples obra audiovisual num espetáculo artístico absolutamente inovador. Esse é um post que requer tempo, se quiserem entender o que estou falado. Ao contrário de algumas produções, que eu posso colocar fotos ou prints de videos, o interessante deles é a imagem em movimento.

Uma coisa que pode ser dita do conjunto de obras é a preocupação com direção de arte. E a relação entre as cores, na maioria das vezes dinâmica e certamente muito pensada. Me sinto uma gotinha d'água diante do Oceano, tentando falar deles... vale mais a pena arrumar tempo e assistir os clipes. Todos.

This too shall pass.
Separei um making of e o clipe oficial, porque a genialidade disso merece um video a mais.
Nesse eles usam um equipamento (?) que se chama Rube Goldberg Machine (que é, em linhas bem gerais, um aparato que realiza qualquer ação fácil - como jogar uma bola e acertar uma porta, por exemplo - a partir de um mecanismo extremamente complexo).



Do what you want.
Esse eu descobri hoje... alguém mais lembrou de Garden State?

Here ir goes again.
Me lembro desse clipe quando foi lançado, em 2005.
Eu e umas amigas ouvindo a música e "imitando" a coreografia em todas as festas/sociais...
decadence sans elegance!

A million ways (oh darling, you're a million ways to be cruel).
Segundo clipe que conheci, gosto dessa estética "homens bem vestidos dançando uma coreografia aleatória num jardim" hahaha.


Invincible.
Ok, esse entra pela beleza estética - que é, de certa forma, sublime.
Essas coisas todas sendo destruídas formam uma linda imagem, não?


Don't ask me.
Já conhecia a música, não sabia o nome.
O clipe me lembrou The Wonders... e Are you gonna be my girl, do Jet.

End love.
Mais uma interação de cores saturadas e dança divertida, mas os cenários não são nada demais...

Eu queria compartilhar também o de Get over it, mas o YouTube não deixa.

Sunday, November 6, 2011

Maria Antonieta e(m) Queda Livre

Eu não posso abandonar esse blog assim, tão cedo. É um carma meu: penso num projeto, boto em prática, mas no momento que começo a divulgar e vejo que as pessoas estão lendo, toda a vontade de seguir em frente vai embora. A preguiça, fome e o cansaço me levaram a escolher um tema beeem fácil e óbvio. Hoje vou falar de Maria Antonieta, de Sofia Coppola.

A obra pop que todos idolatram, falo logo: acho o filme uma merda. Maria Antonieta foi muito mais do que uma mocinha bobinha que só gastava o dinheiro da França e bebia champagne. Acho as duas horas de filme extremamente mal aproveitadas, a história podia ter sido mais bem contada, mesmo sem perder a pegada moderninha. Me lembro ainda de sair do cinema com a sensação de tempo perdido - e logo eu, que tento aproveitar ao máximo tudo das produções culturais que acompanho. Lembro também de pensar que tinha visto o maior videoclipe já feito... roteiro e direção que fazem feio, ainda mais com um sobrenome desses.

O que salva o filme é a direção de arte que, dentro de sua pomposidade hollywoodiana e do universo Rococó, é um sonho! Nesse quesito se encaixa o figurino, que empalideceu a paleta da época para dar o tom leve e frívolo - e fofo - à história (ou, à História). Modelagem correta, perucas e maquiagem sensacionais. Vale a pena pelo visual, e só.


--
Acabo de voltar do teatro - mental note: ir mais ao teatro. E, falando em filhas que seguem os passos dos pais talentosos...

Fui ver Queda Livre, das queridas Bel e Lulu, texto adaptado do livro Uma Longa Queda, de Nick Hornby. Livro que eu abandonei inacabado anos atrás, não por falta de tempo ou por não estar gostando, mas porque a maioria dos livros que eu começo eu não acabo - ou acabo anos mais tarde... enfim, tenho muita vontade de terminar esse.

O texto narra o encontro entre quatro personagens inusitados numa situação mais inusitada ainda. Fábio, Bia, Sofia e Gui se conhecem numa noite de réveillon no terraço de um prédio. Todos subiram até ali para cometer suicídio, mas passado o susto inicial (de ver gente na mesma situação, digamos, embaraçosa) eles conversam sobre os motivos de cada um e decidem se encontrar novamente em uma semana. Resolvem dar uma chance à vida.

Não faço desse o único assunto porque não tenho muito o que falar do figurino. É bom, convincente - fora uma blusa xadrez da Sofia (adolescente rebelde), que na minha opinião chama atenção demais e peca na saturação. Fora isso as roupas cumprem direitinho o seu papel de complementar, servir de suporte aos personagens. Os atores - Bruno Padilha, Marina Vianna, Lulu e Gustavo Falcão - estão muito bem. Mas me chamou a atenção mesmo o texto e a direção. As meninas fizeram uma ótima adaptação, muito boa para marinheiras de primeira viagem; apesar de ser a primeira aventura profissional, o que não falta para elas é bagagem!

Breve esclarecimento dos apelidos e considerações finais.
Bel é Isabel Falcão, Lulu é Luisa Arraes. As duas são pequenas em estatura e idade, mas cultura e talento não faltam e eu tenho orgulho em dizer que conheço. Isabel Mello assina o texto junto com elas. A direção, que para mim foi o elemento mais significativo da peça, é de Bernardo Jablonski e Fabiana Valor. Preciso dizer mais?

Está em cartaz no Espaço SESC Copacabana (rua Domingos Ferreira, entre Santa Clara e Constante Ramos) só até o próximo fim de semana (11, 12 e 13 de novembro).

Sexta e sábado às 20:00
Domingo às 18:00
Ingressos à R$20. Tem meia-entrada.

Thursday, October 27, 2011

Dance tonight

Hoje vai ser curtinho, mas não é por preguiça dessa vez não.

Lembrei desse clipe por acaso e resolvi assistir de novo. Adoro a junção dessas duas coisas geniais que são Sir Paul McCartney e Natalie Portman! Fora que essa festinha deles com os móveis e objetos da casa é bem legal, o figurino é muito interessante. É super "festa à fantasia de filme americano" onde as pessoas sempre vão usando umas roupas surreais que eu nunca vi na vida real - tipo geladeira, máquina de lava, lareira... hahaha. O que eu acho mais legal é que a gaveta não é a gaveta, são os talheres; a máquina de lavar são as roupas emboladas; a lareira é o fogo; e as árveres somo nozes. Não resisti, haha, as árvores são os galhos. E termina tudo trocado.

Reparei agorinha na arte. A cena inicial mostra que essa casa é no meio do nada, na calma do campo. Sentimos a textura rústica do lugar nas suas madeiras e tijolos, mas ao longo do clipe outros ambientes da casa dão leveza às cenas. A sala azul e fria onde "vivem" os quadros (que são, por definição, imóveis e rígidos) vira pano de fundo para uma dança com todos os elementos - que inclusive libertam alguns retratos. A disposição dos livros nas prateleiras (organizados por cor) e a cortina branca e leve do quarto também ajudam a quebrar essa rigidez dos marrons roots.




#Are you gonna be my girl - Jet

Thursday, October 20, 2011

Hora de voltar


Esse é um dos filmes que eu citei mês passado, no post sobre perdas. Vou me referir pelo título original Garden State que acho mais bonito, mas o título desse texto é a versão brasileira. Primeiro filme dirigido por Zach Braff (o JD de Scrubs). Esse filme é maravilhoso - sei muito bem que não é pra qualquer público, mas me atinge. A história é que Andrew volta para casa para o enterro da mãe. Ele não botava os pés na cidade há dez anos e tem péssima relação com o pai. Nessa jornada conhece Sam (uma Natalie Portman muito anterior a Cisne Negro), uma garota com epilepsia que insiste em ser one of a kind (acho que "única" é uma palavra muito comum para descrevê-la). Em diversos momentos ela resolve fazer uma coisa - um som, um movimento, uma expressão - inusitada, algo que ninguém fez antes e, nesse momento, ela se sente especial.

Andrew começa o filme confuso com o peso de ter que voltar a um lugar do qual se distanciou tanto, física e emocionalmente. Depois de conhecer Sam, ele inicia uma espécie de autoconhecimento. No fim já está certo do que quer e com a vida mais esclarecida. A direção de arte e o figurino cumprem um papel fundamental nessa narrativa. Além disso, a trilha sonora ajuda a compor de maneira lúdica e (até certo ponto) realista esse encontro que parece tão natural. Entre o homem que é estranho em sua própria terra e a garota que nova ali, mas já é de casa. Foi quando conheci The Shins, obrigada Zach!

No começo, o personagem se confunde com os cenários: roupa branca em fundo claro, preta em fundo escuro, cinza em dias nublados. Ele passa sem nenhum destaque, enquanto Sam desde a primeira cena causa contraste com seus elementos que tendem para o magenta (rosas, vermelhos, laranjas...) em cima dos cenários neutros. *spoiler* Ao longo da história, conforme o próprio roteiro vai se soltando, Andrew fica mais leve - visualmente, inclusive. Os cenários continuam muito frios, em tons de cinza, e o figurino dele fica mais leve e começa a contrastar. O protagonista finalmente se destaca, ganha vida.

No funeral da mãe, Andrew ganha uma camisa da tia e entra no banheiro para experimentar.
Não é que combinou?
Sam em destaque, enquanto Andrew e o amigo Mark (Peter Sarsgaard, my love) ficam apagados. Ainda assim, esse é mais ou menos o turning point para o protagonista, e o preto contrasta um pouco mais com a mata chuvosa que o cinza.
Na última cena, já esclarecido, Andrew se destaca do fundo branco de aeroporto com a blusa vermelha. Os tons terra fazem alusão, também, a ele estar mais centrado.

#The only living boy in New York - Simon e Garfunkel
(trilha do filme mode:on)

Wednesday, October 19, 2011

O Palhaço

É tanta informação que não sei nem por onde começar. Quem me conhece sabe bem como o universo do circo sempre me encantou, seja pela maquiagem, pelas roupas, objetos cênicos e até mesmo o próprio fato de ser um circo, as acrobacias e palhaçadas. O filme é O Palhaço, de Selton Mello - primeiro sinal que seria um bom projeto. Direção de arte e figurino simplesmente espetaculares, meu exercício agora é usar outros termos para dizer isso e especificar mais.

A incrível mistura de xadrezes, listras, bolas, cores saturadas, tecidos rústicos com outros mais nobres, broches, flores e outros elementos de adorno, a maquiagem clássica - especialmente nos palhaços. Além disso, o universo circense foi tão bem construído (Claudinho e Ula, quero ser vocês quando crescer!) que eu quando eu saí do cinema deu um vaziosinho tipo "queria que fosse verdade". Nesse caso, nada melhor que o tão batido clichê, uma imagem vale mais que mil palavras. Vale ressaltar também o elenco, com alguns "monstros" das antigas e excelentes revelações!

Os monstros consagrados, gênios.
O cenário atrás e o crash de estampas do figurino.
#quebratudo

Cara nova no pedaço - pelo menos para mim. Ela arrasa.
Detalhe para os cílios falsos, maiores que Dzi Croquettes, um luxo!

Uma geral do figurino.

Arte: cartaz lindo.

#Dedicated to you - John Coltrane

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Vale lembrar que eu aceito e peço, encarecidamente, que comentem!!! Um blog depende do feedback dos leitores, mesmo que sejam só dois ou três. E sugestões de filmes, novelas, clipes, etc são bem vindos! Fica a dica, gente, h e l p.

Sunday, October 16, 2011

A hora e a vez

Hoje volto um pouco ao tema. O primeiro figurino que me chamou a atenção nesse Festival é de Beth Filipecki. Na verdade, enquanto filme, eu esperava mais de A hora e a vez de Augusto Matraga porque tem João Miguel e José Wilker, isso já devia bastar. Acho que esses dois são tão "monstros" que minhas expectativas ficaram lá em cima... É um clima bem sertão com jagunços, coronéis e esses heróis estilo velho-oeste que são solitários e cheios de inimigos, mas enfrentam um bando todo sozinhos. Esse é João Miguel, ou Augusto Estêves. A imagem eterna que tenho do José Wilker é o coronel, austero, de branco; não deu outra, o visual de Joãozinho Bem-Bem é exatamente isso (o personagem é uma espécie de justiceiro por linhas bastante tortuosas).

Não consegui fotos dessa refilmagem, o tio Google só me mostra fotos do primeiro filme, lá dos anos 1960... Mas é o seguinte: algodões bem rústicos, um branco sujo meio off-white, rendas para as mulheres. Alguns terras marrons, ocres, cinzas e azuis-marinho sofridos com o tempo. Augusto, enquanto homem forte e valente, usa o clássico branco-coronel mais puxado pro envelhecido, amarelado. Depois de levar uma coça e quase morrer, passa anos sendo cuidado por um casal que o achou no meio do mato. A maquiagem (prefiro o termo caracterização) do João inchado, cheio de cortes, ensanguentado é de um realismo incrível. E o interessante é que, depois de sobreviver e virar um homem religioso, ele começa a usar roupas escuras. Calça enrolada no tornozelo, tipo pescador. Uma roupa toda mais despojada.

As lendas
Além de Wilker, o filme traz outra lenda-viva: Chico Anysio. Um coronel que manda numa enorme turma de jagunços e arquiteta emboscadas e assassinatos sem sujar uma unha. Acompanha tudo do conforto do seu lar, nem até a varanda ele vai. Seu figurino é muito forte, bem contrastado no preto e branco. Mas preto e branco limpos, não os tons "vividos" que o povo usa. E Joãozinho, já disse ali em cima, essa coisa bem coronel (apesar do personagem ser uma espécie de cangaceiro chique) de branco-limpo também, com aquela postura de José Wilker, o invencível. Um lorde (meio Timóteo Cabral, de Cordel Encantado).

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Hoje vi também o documentário Os Últimos Cangaceiros e achei interessante e digno de comentar que o figurino deles enquanto cangaceiros não era o que costumamos ver, em tons de terra (como o bando de Herculano em Cordel, com marrons, beges, ocres e brancos-sujos). Imagino que a reconstituição tenha sido bastante fiel, porque Durvalina e Moreno fizeram parte do bando de Lampeão. As roupas que usavam no filme era de um azul fortíssimo, quase turquesa, e faixas vermelhas. Muito lúdico, muito lindo.


#Mágica - Os Mutantes

Saturday, October 15, 2011

O sublime e o abismo (prateado)

Ontem cheguei em casa 00:45 depois de um dia inteiro exaustivo na rua, tendo começado às 5:30. Obviamente não tive forças pra postar nada, mas tinha um texto em mente - sim, é sobre o Festival e sim, ainda não estou voltando meu foco pro figurino ainda. Mas então, a ideia era falar sobre o necessário Sudoeste e o insosso O Abismo Prateado. Acontece que hoje eu tinha um dia lindamente planejado, começando com um workshop de figurino, A hora e a vez de Augusto Matraga e depois o Cine Encontro (debate) sobre o filme. Claro, estava contando com qualquer coisa de comer ali do bar do Armazém, já não tem nada por perto*.

Vou primeiro, então, contar minha profunda decepção com a organização do Festival e depois volto aos filmes. O nome workshop dá aquela ideia bacana de que a gente criar alguma coisa né? Nem que fosse decupar um roteiro só... mas não, foi uma palestra. Uma palestra muito cara. Desinteressante não foi, mas definitivamente não valeu o preço. Tudo isso porquê? Um certificado de 4 horas para eu entregar na faculdade. Obrigada, hein - isso porque no ano passado eu trabalhei de fotógrafa voluntária pelo menos umas 40 horas e o certificado que me deram foi de 20 horas.

O Pavilhão desse ano, além de ser pior de chegar (é perto, mas ano passado a rua da esquina tinha muito mais opção de ônibus) é menor. O banheiro é químico. O som escapa das salas, então as palestras e debates são invadidos pelo som dos filmes, é horrível. Hoje, depois da decepção do "workshop" eu pensei que almoçaria no bar que eles montaram ali dentro e seguiria o dia normal, com filme + debate. Não, justo num sábado - dia que a maioria das pessoas pode fazer programas de lazer, tipo ir até a zona portuária assistir um filme e um debate - resolveram fazer a feijoada restrita para convidados. Lá no Pavilhão, ó que lindo! E sem aviso nenhum, que é um absurdo, o lugar hoje não tinha bar. Não tinha comida para os reles mortais que resolveram usar seu sábado para fazer um programa cultural.


Fecha os olhos.
Agora escuta o som da chuva.

Enfim, passada minha raiva, vamos aos filmes. Nunca tinha ouvido falar nesse diretor, vale ficar de ouvidos (e olhos) atentos, que ele promete: Eduardo Nunes. Sudoeste é diferente de tudo que tem sido produzido ultimamente no Brasil e no mundo - ok, por aqui eu tenho certeza que não há nada parecido; no mundo eu to generalizando legal, mas quero dizer do que eu fico sabendo. Uma fotografia abusada de linda, em preto e branco com alta granulação. É um filme de detalhes: muitos planos fechados, expressões, texturas, tons de cinza. Trilha sonora original incrível que ajuda a compor essa fábula. É uma verdadeira e sublime obra-prima. A história, realmente, dá um nó na gente.

O filme se passa em um dia, 24 horas. Para a personagem principal, esse dia significa uma vida inteira - literalmente, ela começa o filme bebê e termina uma senhora e morre. Para todo o resto, é exatamente um dia mesmo, como outro qualquer. Na verdade, Clarice começa o filme morrendo, de madrugada. Pela manhã (no seu tempo todo particular) ela nasce. Chegando a tarde ela tem uns 10 anos, na pele da lindinha Raquel Bonfante. Mais para o fim da tarde, se transforma na Simone Spoladore. Ela morre na madrugada na pele de Regina Bastos. As duas personagens se chamam Clarice: a que morre e a que nasce.

É um filme que faz a gente pensar. A vida que ela vive nesse dia é mais ou menos a mesma vida da que morreu. Ela reconhece na família da Clarice morta, sua própria família. Mas não é reconhecida por eles, a única semelhança que a família vê nas Clarices é o nome. E eu saí do filme com a questão: são mesmo duas Clarices ou é uma só? Porque que ninguém reconhece? Cada frame desse filme é de chorar. Deveria ser lançado um livro daqueles bem grandes e caros de fotografia só com imagens extraídas do longa. O maior dificultador de público é o tempo da história. É extremamente lento - o que, pra mim, está longe de ser defeito nesse caso.


Inspirado na música Olhos nos olhos, de Chico Buarque.
Uma pena que uma música tão boa rendeu um filme tão chato.

Outro filme lento é O Abismo Prateado, mas nesse caso o tempo vai contra a história. Umas cenas desnecessárias que não contribuem para a história, outras extremamente chatas... a sinopse é uma mulher que é abandonada pelo marido que - quase melhor que o post-it da Carrie, em Sex and the City - faz isso por um recado no celular. Confesso que dormi metade do filme. No começo, cenas mal enquadradas, apertadas demais. O marido sai do banho, fica na varanda e depois fica um tempo com a geladeira aberta para escolher o que quer, nu. Um nu completamente dispensável para o filme (diferente das intermináveis cenas de Eu receberia... por exemplo). E a mulher é dentista, outro fato irrelevante, e tem cenas com bocas sangrando e aquele barulho insuportável de motor de dentista. Tremi de nervoso na cadeira.


#Seven nation army - The White Stripes

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* Quero ver essa revitalização da Zona Portuária BOMBANDO hein... poxa, vários eventos já são sediados por ali, o público (e os moradores do Rio de Janeiro em geral) merece uma área mais apresentável no Cais.

Tuesday, October 4, 2011

Cruzes

Pouquíssima energia, apesar de muita vontade e coisas a dizer... já vi que a noite vai ser curta, não aguento mais começar a escrever e virar o dia e nesse ciclo vicioso eu perco vários dias!

O próximo post eu prometo me dedicar ao Rock in Rio. Em algum, mais pra frente, falo melhor do blog Cruzes, que é uma criação da minha tia Tiza Lobo. Eu participei produzindo parte dos figurinos e sou uma personagem. Depois eu explico melhor, vou usar até num trabalho da faculdade. Quem puder, dá uma lida. ;)

Por hoje é só.


#Smooth - Santana

Saturday, October 1, 2011

Elvis e Madona

O figurino desse filme não é o que mais impressiona. Sob uma estética kitsch, o diretor Marcelo Laffitte entra no universo gay de Copacabana com uma visão que me parece inédita. Filme sobre a comunidade LGBT (me corrijam se eu estiver errada, e tomara que esteja) geralmente traz uma estética meio suja, meio submundo. Elvis & Madona* mostra, de forma limpa, simples e bonita, a história de amor entre uma lésbica e um travesti.

Elvis é Elvira, uma menina do interior que veio para o Rio ser fotógrafa. Para o Rio, para Copacabana. Madona nasceu Adailton, sonha em fazer um show só dela e trabalha num salão de cabeleireiros no Rio. No Rio não, em Copacabana. Elvis arranja um trabalho de entregadora de pizza, para pagar as contas, e na sua primeira entrega conhece Madona que tinha acabado de ser roubada. A empatia é imediata e o resto só vai saber quem assistir! Há.

Jaqueta preta, calça jeans e uma blusinha de malha com cara velha compõe o figurino de Elvis. O cabelo joãozinho preto completa o clássico look rebelde do rock'n'roll (aliás, falando em Rock, quando o Rock in Rio acabar quero falar sobre as principais figuras que por aqui passaram, e seus figurinos). Ao contrário do imaginário cultural que envolve os travestis, Madona não está sempre com plumas e paetês. O cabelo loiríssimo é, na maioria das cenas, o mais extravagante traço dela. As pérolas, lantejoulas e saias curtas estão na medida certa: real e um pouco brega, mas não vulgar.

Senhoras e senhores,
Apresentamos agora para vocês, ela - que é luz, raio, estrela e luar:
Lady Madona!

Igor Cotrim, que está irreconhecível na pele da travesti Madona.
Ele até que lembra um pouco o Fábio Assunção, não?
Madona e Elvis



Droga, demorei tanto para lançar o post que já virou o dia...

* o link é para o site oficial do filme e não para o imdb (como de costume) porque o imdb é muito fraco para filmes nacionais.

Wednesday, August 31, 2011

Cordel Encantado

Estampas coloridonas, rendas e tecidos mais rústicos junto com modelos de diversas épocas da história, ainda mais numa super harmonia: foi assim minha lua-de-mel com a novela Cordel Encantado que, pelo que andei lendo, está para acabar. O mundo das fantasias criado por Thelma Guedes e Duca Rachid já encantou até quem não gosta de novela! Boa parte desse encantamento, pelo menos no meu caso, está nos cenários de sonho e no figurino, que junta com maestria o que há de mais bonito e aconchegante no Nordeste com influências completamente
aleatórias da história da indumentária.
Andei lendo algumas matérias com análises mais específicas de cada personagem e estou gostando ainda mais, se isso for possível. Tem roupa feita de patchwork, crochet e até toalha de mesa, é criatividade que não acaba. Além de refletirem a personalidade dos personagens (que é o principal propósito de um figurino) alguns têm até inspirações inusitadas, como misturar uma estética futurista à la Guerra nas Estrelas com modelos medievais/renascentistas. E dá tudo certo. Até o que no começo me incomodava, como o "desleixo" da farda do Rei Augusto, hoje faz sentido: ele é um romântico, não é um general sério e, portanto, não precisa estar impecável. Não sei se é proposital, mas é uma boa desculpa.
A vilã tem uma paleta mais escura e abusa de detalhes
extravagantes, como os acessórios de cabeça e ombreiras.
Rosa é uma menina romântica e doce, e seu temperamento
é facilmente identificado no figurino.
Rei Augusto, um romântico que só quer
voltar ao seu reino na companhia da filha,
acaba se apaixonando por uma sertaneja.
O figurino de Açucena desde o começo se diferenciava
dos outros: a protagonista usa roupas mais trabalhadas
e coloridas que a dão um charme especial.
No começo eu não gostava do figurino da Rainha Helena,
mas quando descobri que suas referências são um crossover
de Guerra nas Estrelas com indumentária Gótica,
achei muito interessante.
(e reconheço nessas mangas um quê de Renascimento)

Acho muito legal essa novela ser de época e ao mesmo tempo não ser de nenhum período específico. Outros exemplos, como os trajes meio Napoleão usados pelo coronel Timóteo, ou a modernidade de uma mulher que usa calça comprida e as peças de metal e couro do cangaço, só reforçam o hibridismo criado por Marie Salles e Karla Monteiro. E rapidinho isso virou referência... Parabéns!
Eu mesma, na festa junina, usei uma "saia açucena" e já aderi ao estilo saia longa de cintura alta... depois coloco uma fotinho aqui.

#Jazz Me Blues - Original Dixieland Jazz Band