Sunday, November 6, 2011

Maria Antonieta e(m) Queda Livre

Eu não posso abandonar esse blog assim, tão cedo. É um carma meu: penso num projeto, boto em prática, mas no momento que começo a divulgar e vejo que as pessoas estão lendo, toda a vontade de seguir em frente vai embora. A preguiça, fome e o cansaço me levaram a escolher um tema beeem fácil e óbvio. Hoje vou falar de Maria Antonieta, de Sofia Coppola.

A obra pop que todos idolatram, falo logo: acho o filme uma merda. Maria Antonieta foi muito mais do que uma mocinha bobinha que só gastava o dinheiro da França e bebia champagne. Acho as duas horas de filme extremamente mal aproveitadas, a história podia ter sido mais bem contada, mesmo sem perder a pegada moderninha. Me lembro ainda de sair do cinema com a sensação de tempo perdido - e logo eu, que tento aproveitar ao máximo tudo das produções culturais que acompanho. Lembro também de pensar que tinha visto o maior videoclipe já feito... roteiro e direção que fazem feio, ainda mais com um sobrenome desses.

O que salva o filme é a direção de arte que, dentro de sua pomposidade hollywoodiana e do universo Rococó, é um sonho! Nesse quesito se encaixa o figurino, que empalideceu a paleta da época para dar o tom leve e frívolo - e fofo - à história (ou, à História). Modelagem correta, perucas e maquiagem sensacionais. Vale a pena pelo visual, e só.


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Acabo de voltar do teatro - mental note: ir mais ao teatro. E, falando em filhas que seguem os passos dos pais talentosos...

Fui ver Queda Livre, das queridas Bel e Lulu, texto adaptado do livro Uma Longa Queda, de Nick Hornby. Livro que eu abandonei inacabado anos atrás, não por falta de tempo ou por não estar gostando, mas porque a maioria dos livros que eu começo eu não acabo - ou acabo anos mais tarde... enfim, tenho muita vontade de terminar esse.

O texto narra o encontro entre quatro personagens inusitados numa situação mais inusitada ainda. Fábio, Bia, Sofia e Gui se conhecem numa noite de réveillon no terraço de um prédio. Todos subiram até ali para cometer suicídio, mas passado o susto inicial (de ver gente na mesma situação, digamos, embaraçosa) eles conversam sobre os motivos de cada um e decidem se encontrar novamente em uma semana. Resolvem dar uma chance à vida.

Não faço desse o único assunto porque não tenho muito o que falar do figurino. É bom, convincente - fora uma blusa xadrez da Sofia (adolescente rebelde), que na minha opinião chama atenção demais e peca na saturação. Fora isso as roupas cumprem direitinho o seu papel de complementar, servir de suporte aos personagens. Os atores - Bruno Padilha, Marina Vianna, Lulu e Gustavo Falcão - estão muito bem. Mas me chamou a atenção mesmo o texto e a direção. As meninas fizeram uma ótima adaptação, muito boa para marinheiras de primeira viagem; apesar de ser a primeira aventura profissional, o que não falta para elas é bagagem!

Breve esclarecimento dos apelidos e considerações finais.
Bel é Isabel Falcão, Lulu é Luisa Arraes. As duas são pequenas em estatura e idade, mas cultura e talento não faltam e eu tenho orgulho em dizer que conheço. Isabel Mello assina o texto junto com elas. A direção, que para mim foi o elemento mais significativo da peça, é de Bernardo Jablonski e Fabiana Valor. Preciso dizer mais?

Está em cartaz no Espaço SESC Copacabana (rua Domingos Ferreira, entre Santa Clara e Constante Ramos) só até o próximo fim de semana (11, 12 e 13 de novembro).

Sexta e sábado às 20:00
Domingo às 18:00
Ingressos à R$20. Tem meia-entrada.

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