Sunday, October 30, 2011

Um soldado e histórias do amor

Hoje assisti a uma remontagem da peça de fim de ano da turma do Bernardo Jablonski do ano passado. O Bravo Soldado Schweik é uma maravilhosa história ambientada na Primeira Guerra Mundial, muito bem dirigida, com ótimos atores. Destaque especialíssimo para o principal, Eduardo Rios, que a cada trabalho me impressiona mais... sabe aquelas pessoas que tem o dom da comédia mesmo? Ele tem, pode distribuir e ainda sobra muito! Parabéns também para os amigos Karina, Anita e Felipe - aliás, que surpresa boa, não sabia da participação de nenhum dos três na montagem. Semana que vem assisto Queda Livre, das queridas Bel Falcão e Lulu Arraes, e assim que der O Patinho Feio, ambos de direção do Bernardo também. Um profissional incrível que só vai deixar boas lembranças - inclusive para quem não o conheceu que, por incrível que pareça, é o meu caso. Mas tenho muitas pessoas muito próximas que tiveram bastante contato com ele e toda homenagem é pouco.

Bom, quanto ao figurino do Soldado... não tem muito o que ser analisado. Muito bom, exatamente o esperado, uniformes de guerra, vestidos de época para as mulheres. Bem construído. Gostei especialmente dos pequenos detalhes que diferenciavam os soldados do 91° Batalhão, como um paletó apertado, botões abertos, um amassado ou o quepe ao contrário de Schweik. Não penso em nenhuma palavra melhor que a boa e velha "parabéns" para qualificar essa montagem. Saudades do Tablado...

Anita, Karina e Eduardo.

Só que eu vim aqui falar também de outra coisa. Hoje estreou no Fantástico do quadro História do Amor, com Leandra Leal e Daniel Oliveira. Já deu pra perceber, de outros carnavais, que essa dupla funciona. Desde semana passada, quando vi uma chamada da microssérie, achei interessante. São seis episódios de pouquíssimos e divertidos minutos. Ao longo da "temporada" eles interpretarão 64 casais. Isso mesmo, sessenta e quatro casais com sessenta e quatro figurinos diferentes. E como é comédia, tem a liberdade poética das formas, cores e texturas. Tudo pra ser bem bacana... mas já reparei belos escorregões (com minha minuciosa atenção de aluna chata de figurino).

Na reportagem que saiu hoje na Revista da TV aparece uma foto em que Leandra está sem dúvidas usando um vestido representativo do Robe à la Française e a legenda diz "século XV"... oi?! E no programa um casal absolutamente anos 20 para representar... O ROMANTISMO! Como assim, isso é basiquíssimo, minha gente. Tudo bem que durante o Belle Èpoque o Paul Poiret já revolucionou as formas na virada do XIX para o XX, tirando o espartilho da mulher e dando início à silhueta imortalizada por Chanel na Era do Jazz. Mas o Romantismo foi bem no começo do século XIX, quando surgiu isso do amor trágico, virou bonito sofrer e morrer por amor. Triste equívoco.

Robe à la Française, traje clássico de Maria Antonieta, século XVIII.
Modelo de Paul Poiret, com aquele ar de anos 20 e de melindrosas.
Histórias do Amor e suas interpretações equivocadas.


#Claire de Lune - Debussy; Tomas Labé, piano.

4 comments:

caca said...

eu quero esse vestido do Poiret!!! se bem que sou mais volupia do que isso......mas amo

Lil said...

Sabe como é, do séc. XV pro XVIII são só 3 tracinhos de diferença. Não é tudo a mesma coisa?
E esse vestido do Poiret tá realmente lindo, se bem que uma cinturinha marcada não mata ninguém! (não me mate ;P)

gius said...

valeu pelo debussy AHHAHA

Marina said...

Mary, gostando de ver! ou melhor, de ler! Também gostei muito do Bravo Soldado, e Bernardo Jablonski merece todas as homenagens! Pra mim será sempre em primeiro lugar o pinguim da Arca de Noé do Tablado! Grande Bernardo!
Mandou bem nas observações obsessivas qto aos figurinos de História do Amor. Caso explícito de obssessividade bem utilizada!
E o piano de Debussy é tudibom!